terça-feira, 1 de novembro de 2011

Apresentamos, O Nordeste, a Sanfona e a Viola



Raiando o dia, o sol apontando logo cedinho na cidade de Natal (RN), o seu Chico liga o rádio que já está sintonizado na estação 87.9, no exato momento que se inicia o programa “O NORDESTE, A SANFONA E A VIOLA”, apresentado pelo locutor “GEOMAR DANTAS”, enquanto toma seu café sonhando um dia voltar para sua terra Caicó, e investir em sua terrinha que foi deixada para trás.

Voltando a sua realidade, ele se prepara para mais um dia de jornada de trabalho. Ele se despede de Maria sua esposa com um rápido beijo em sua testa. Ela responde com “Vai com Deus”.

Ele trabalha como servente de pedreiro. Um trabalho suado, e honesto.  Conversando com seus amigos de trabalho, Seu Chico já vai avisando que já está quase na hora de entrar no ar, o programa preferido dele, apresentado pelo Geomar Dantas que começa as 16:00 horas. Os mestres de obras já se animam, e aumenta o volume do radinho do seu Chico. O Zé começa a dar risadas quando o locutor brinca se referindo a música que diz a letra “a gata que minha cria, tem mais mordomia que a rainha do lar”. Ou quando fala que é um cabra frexado de Caicó (tem que perguntar ao Geomar o que quer dizer “frexado”). 

Chega à reta final de mais um dia de jornada, seu Chico retoma ao seu lar, ouvido colado no radinho ouvindo o programa da radio 87.9. Chega em casa chamando sua esposa Maria, recebe um beijo da sua companheira e diz que graças a Deus foi mais um dia abençoado. 

Na hora do jantar, o casal agradece a Deus o alimento que está na mesa e mais um dia de vida que tiveram. Seu Chico lembra do programa, liga seu radinho, e o seu Chico e dona Maria jantam ouvindo o programa “O NORDESTE, A SANFONA E A VIOLA”.

Arrente" fala assim!


Gente alta é varapau.
Estouro aqui é pipoco.
Chá-de-burro é curau.
Coto de pau é cotoco.

Quem entra ligeiro emburaca.

Rir dos outros é mangar.
Cabra abestado é babaca.
Faltar aula é gazear.

Tudo que é bom é massa.

Tudo que é ruim é peba.
Gente metida é sem graça.
Ferida muita é pereba.

O bobo se chama leso.

Medroso se chama frouxo.
O excitado é aceso.
Quem é franzino é chocho.

Pernilongo é muriçoca.

Chicote se chama açoite.
Farofa aqui é paçoca.
Tardinha é boca da noite.

Cheiro ruim é catinga.

Se vier do pé é chulé.
“Mangueira” é nome de pinga
E comprimido é caché.


Coisa fedida é inhaca.

Lembra axila, o sovaco.
Caboclo besta é babaca.
Negrote feio é macaco.

Mulher novinha é cabrocha.

Afeminado é veado.
Se não tem fogo é brocha.
Apressado é avexado.

Minha irmã é mermã.

Adolescente é cocota.
A desafeta é cunhã.
Vagina aqui é xoxota.

Homem galã é pintoso.

Se morrer, bateu as botas.
Zé Lorota é o mentiroso.
Fuxiqueira é maricota.

“X com” é referência.

Muita gente é magote.
Vício grande é doença.
Pulo de susto é pinote.

Folgado é afolozado.

Dar a volta é arrodear.
Quem tem sorte é cagado.
Valer, aqui, é vogar.

Aqui, encrenca é arenga.

O mesquinho é mão de vaca.
Mulher da vida é quenga.
Se ficar velha, é bruaca.

Sujo no olho é remela.

Cara feia é munganga.
Boca sem dente é banguela
E mulher feia é baranga.

Supurar é afuleimar.

Se tiver herpes, é boqueira.
O vomitar é lançar.
Lasca da saia é maneira.

Gente asquerosa é mundiça

Meia garrafa é quartota.
Tudo o que fede é carniça.
“Penso” é ua coisa torta.

Tumor, aqui, é nascida.

Ferir de leve é relar.
Quenga é mulher da vida
E copular é trepar.

O torto é ingembrado.

Repreensão é cagaço.
Se for sisudo, é invocado.
Se for virgem, é cabaço.

Se tá forte, tem sustança

E se inchou, tá opado.
Barriga grande é pança.
Envelhecido é sambado.

O sexo é a vergonha.

Nádegas, a padaria.
Masturbar é bater bronha
E mau costume é mania.

Enjoado é enfarento.

Um tufo é maçaroca.
Se não come, é luxento.
O pênis é a mandioca.

Carimã, aqui é puba.

Se menstruou, tá de bode.
Um membro grande é manjuba
Para – pra uns – é “prumode”.

Nuca, aqui, é cangote.

Senhora, cá, é siá.
Quem joga mal é pixote.
“Bicho” grande é patuá.

AVC é congestão.

Desistir é defecar.
O impotente é capão.
Dar à luz é descansar.

Caçoleta é chulipa.

Conquistador é enxerido.
Falar mal: meter a ripa.
Se tiver hérnia, é rendido.

Tá perdido, tá pebado.

Atordoado é tantã.
Olhado fixo é grelado.
Crumatá, curimatã.

Tísica é enfraquecida.

Salivar é escumar.
Vagina é a perseguida.
Desmaiar é escangotar.

Caroço, aqui, é calombo.

Paixão aguda é xodó.
Buraco grande é rombo
Bicho-do-mato é arigó.

Parida, tá de resguardo.

Conjuntivite é dordói.
Se tá cheio, tá empachado.
Se for chifrudo, tem “mói”.

Bola-de-gude é bila.

No Piauí, é peteca.
Bebida braba é tiquira.
Dinheiro pouco é merreca.

Tem bolo doce e salgado.

Tem tapioca e pudim.
Maria Izabel e assado.
Tem matrinxã e surubim.

Já provou a mão de vaca;

Nossos capote e lingüiça?
Bacuri, pequi ou paca,
Faz padre perder a missa.

Pra beber, tem cajuína.

Ave bonita é curica.
Folia, na Micarina.
Água gostosa é a de bica.

Correr é pé na carreira.

Quem tá sujo, tá breado.
Esta trova é ua brincadeira
Pra você que é “letrado”.

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Gisleno Feitosa- (Caboclo das Barras)

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